Como será a nova estação espacial da Rússia?

Segundo a Reuters, a futura estação espacial, apelidada de “ROSS” pela mídia estatal russa, será lançada em duas etapas: a primeira será dedicada ao início da operação do complexo, com quatro módulos em um espaço pressurizado de 228 m³, sendo 19 m³ para equipamentos científicos; e a segunda irá incorporar outros dois módulos, aumentando o espaço total para 667 m³ e implementando uma plataforma de serviços. Quando estiver pronta, a estação poderá abrigar equipamentos científicos e até quatro tripulantes. A agência espacial russa não trouxe maiores detalhes em relação às datas para o lançamento, mas a mídia estatal do país sugeriu que a primeira fase poderá ser lançada entre 2025 e 2026, enquanto a segunda deverá ser lançada entre 2030 e 2035. No projeto atual, a estação não deverá ter presença humana permanente como acontece com a Estação Espacial Internacional, mas receberia tripulantes duas vezes por ano, por períodos estendidos. A Roscosmos (agência espacial russa) promete que a nova estação proporcionará aos cosmonautas russos uma visão muito mais ampla da Terra para fins de monitoramento do que eles desfrutam em seu segmento atual. Embora já existam projetos para algumas das novas estações, o trabalho de projeto continua em andamento em outros segmentos.

A saída da Rússia da ISS

O novo chefe da agência espacial da Rússia, Yuri Borisov, anunciou, no mês de julho, que a Rússia deixará a Estação Espacial Internacional depois que seu compromisso atual expirar no final de 2024. “A decisão de deixar a estação após 2024 foi tomada”, disse Borisov à época, nomeado recentemente pelo presidente russo Vladimir Putin para administrar a Roscosmos. O movimento é derivado da tensão criada entre o país russo e outras nações por conta das sanções impostas pelo conflito militar com a Ucrânia. Neste sentido, a Rússia passou a cortar os seus laços com o Ocidente e estabelecer novas parcerias tecnológicas com países como Irã e China. O objetivo russo é tornar-se cada vez menos dependente de outras nações, como os Estados Unidos. Até o momento, no entanto, a Rússia não comunicou à NASA sua intenção de se retirar da Estação Espacial Internacional em 2024, disse um alto funcionário da agência dos EUA à Reuters. Conforme o porta-voz norte-americano, o pedido de retirada precisa ser comunicado oficialmente ao órgão conforme exigido pelo acordo intergovernamental da estação. “Não recebemos nada oficial até agora. Nós literalmente acabamos de receber isso também, mas não de forma oficial”, conta a diretora da estação espacial da NASA, Robyn Gatens. Símbolo da colaboração internacional científica e pacífica, a ISS foi lançada em 1998, e é continuamente ocupada desde novembro de 2000 por astronautas de diferentes países graças a uma parceria liderada pelos Estados Unidos e Rússia, junto do Canadá, Japão e outros 11 países da Europa. A NASA planeja manter as operações da estação até 2030, para depois iniciar uma transição a estações espaciais comerciais.

Novo capítulo na história espacial russa

Apesar da possível chegada de uma nova estação espacial russa, esta não foi a primeira vez que a Rússia se aventurou a “instalar” um complexo no espaço. Durante dez anos, entre 1986 e 1996, o país montou em órbita a sua primeira estação espacial, chamada Mir. Até 21 de março de 2001 foi o maior satélite em órbita, sucedida pela Estação Espacial Internacional (ISS) depois que sua órbita declinou. A Mir serviu como laboratório de pesquisa em microgravidade e também foi palco de diversas experiências em áreas como biologia, física, astronomia, meteorologia, entre outras. Ela também foi a primeira estação de pesquisa continuamente habitada em órbita e estabeleceu o recorde da mais longa presença humana contínua no espaço, com 3.644 dias. O recorde foi quebrado apenas em outubro de 2010, quando foi superado pela Estação Espacial Internacional. Lançada como parte do programa de voos espaciais tripulados soviético para manter um posto avançado de pesquisa de longo prazo, a estação era composta por sete módulos pressurizados e vários componentes sem pressão. A energia era fornecida por painéis fotovoltaicos conectados diretamente aos módulos. A estação era mantida numa órbita entre 296 km e 421 km de altitude e viajava a uma velocidade média de 27,700 quilômetros por hora, completando 15,7 órbitas por dia. Teve a sua história encerrada no ano de 2001, após a sua órbita declinar. Veja também: NASA pretende aposentar a Estação Espacial Internacional, oferecendo espaço para operações comerciais do setor privado. Entenda. Fontes: G1, Engadget, Reuters.

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